domingo, 4 de outubro de 2015

Resenha: Filme Mera Coincidência

As imagens condicionam nossos comportamentos e a percepção do mundo a qual nos cerca. Isso fica muito evidente no filme Mera Coincidência (1997). Dirigido por Barry Levinson e estrelado por Robert De Niro e Dustin Hoffman. O filme é uma crítica muito grande aos sistemas de comunicação, com enfoque na televisão, na forma como ela articula as informações visando influenciar as massas.

Tudo começa com um escândalo político as vésperas da eleição, em que o atual presidente dos EUA, abusa sexualmente de uma jovem bandeirante em plena Casa Branca. Logo, a saída foi arrumar um marqueteiro capaz de administrar a crise. De forma criativa Conrad Brean (Robert De Niro), sugere que é preciso distrair a massa até o dia das eleições. Primeiro ele cria uma guerra com a Albânia, com direito a diretor de Hollywood (Dustin Hoffman), estúdio de cinema e efeitos especiais. Tudo isso para criar a ideia de realmente existia uma guerra e o presidente estava fazendo de tudo para proteger o povo americano dos terroristas albaneses. Entretanto, aparece a CIA, órgão de inteligência americano que percebendo a farsa, vincula na TV que a guerra havia acabado. Nessa parte somos confrontados novamente com a ideia de que se está na TV, é a verdade! Assim a massa novamente se convence influenciada pela mídia que a guerra havia terminado. A cúpula de marketing da presidência não se assusta, agora era preciso criar um herói de guerra, que havia sido deixado para traz durante os confrontos. Novamente eles articulam na mídia imagens que articulam emoções na massa, influenciando de novo.

Por fim depois de variadas estratégias de comunicação, utilizando publicidade, jornalismo e cinema, o atual presidente foi reeleito. Mera Coincidência, abre uma discussão, sobre como a mídia condiciona símbolos, ícones e heróis para influenciar as sociedades de massas. Portanto, não foi nada mera coincidência, foi tudo planejado e executado pelos melhores talentos em comunicação. Mera Coincidência coloca em cheque a confiabilidade das informações circuladas pela mídia. Nem tudo o que vemos é real, afinal nossa percepção é alucinação criada pelo meio exterior.

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